Café Especial x Café de Mercado
Desde a forma de cultivo até chegar à sua xícara, o café de mercado e o café especial possuem processos bem distintos.
O café de mercado, que costumamos ver nossos pais e avós consumirem, e os cafés especiais são praticamente dois produtos diferentes.
Grande parte da população brasileira se acostumou a consumir o café de mercado, mas nem imaginam as possibilidades de aromas e sabores que podem ser extraídas dos grãos de café, quais não são aproveitadas.
Café no Brasil
Para a economia do Brasil, o café tem uma importância enorme! E ele está presente em praticamente todas os lares.
Nosso país é o segundo maior consumidor de café do mundo. Porém, do total da produção do café brasileiro, quase 70% são exportados e o restante fica para consumo interno.
Do percentual que fica para o consumo interno, menos de 10% são de cafés especiais e os outros 90% são de cafés de mercado, isto é, a maior parte dos cafés de qualidade estão sendo consumidos nos outros países enquanto nós brasileiros, em grande parte, tendemos a ficar com um café de qualidade inferior.
Café de Mercado/Tradicional
Na produção do café de mercado, seus grãos não passam por uma seleção rigorosa, por isso podem apresentar defeitos e impurezas que alteram o sabor e aroma e que ficam evidentes no preparo da sua xícara de café.
Após a produção, ele passa por uma torra bem escura e posteriormente por uma moagem bem fina.
A variedade normalmente utilizada em grande proporção são os grãos de espécie robusta, isto acontece para baixar o custo do produto final.
Historicamente no mercado, o café de mercado é menos valorizado do que o café especial, e dos motivos é a baixa complexidade sensorial.
Além disso, café tradicional possui sabor intenso e amargo. Normalmente, são colocados embalagens tipo almofada ou fechadas no sistema de vácuo.
Café de mercado é aquele café preto “tradicional”, com uma torra muito acentuada, comumente chamado de café forte do Brasil e que já vem moído, bem fino.
Ele é produzido em grande escala e, devido à matéria-prima utilizada, ele acaba tendo uma qualidade inferior à do café especial.
Café Especial
Os Cafés Especiais possuem um processo que é totalmente diferente do café de mercado.
Hoje em dia, para definição de um Café Especial, utiliza-se a metodologia criada pela SCAA (Specialty Coffe Association of America) onde os grãos, após passarem por uma criteriosa seleção, são submetidos a uma avaliação de 10 aspectos diferentes e para serem considerados Cafés Especiais devem alcançar a nota mínima de 80 pontos, do total de 100 pontos.
Na definição da ABIC, “são cafés de alta qualidade que cumprem uma série de requisitos para serem classificados como tal.”
Os grãos de cafés especiais são perfeitos, torrados com muito conhecimento para expressar todo o potencial de qualidade sensorial do grão.
Todo esse trabalho é realizado por profissionais capacitados e treinados. Pois a moagem faz toda a diferença na hora do preparo, por isso eles são moídos adequadamente de acordo com padrões bem estabelecidos.
O Café especial recebe atenção especial desde o plantio (variedade, tipo de solo, altitude, temperatura, clima) até a etapa da torra. A seleção de grãos é rigorosa e o ponto da torra é mais preciso.
Além de tudo isso, “cafés especiais” são produtos finíssimos, de qualidade muito acima da média, valorizados de acordo com a sua escassez, qualidade do grãos e atributos sensoriais. É um produto diferenciado, quase livre de defeitos.
Veja a diferença do Café de Mercado do Café Especial
Amostras reais de café tradicional (à esquerda) e café especial ( à direita) ( Foto: divulgação)
Visualmente é muito perceptivel a diferença nesse dois tipos de cafés. Enquanto o café de mercado possui características não desejáveis, como o amargor bem acentuado, os Cafés Especiais apresentam uma gama infinita de sabores e notas aromáticas, e também são mais equilibrados, possibilitando extrair diferentes características a partir de uma curva de torra adequada.
A diferença fica clara quando você experimenta estes dois cafés.